Aqui voce vai conhecer melhor a Ilhabela, Capital da Vela, Paraíso do Mergulho, Pérola dos Pescadores...

Situada em um belíssimo arquipélago, a aproximadamente 200 quilômetros da capital paulista, Ilhabela sempre foi tida como um refúgio. Seus primeiros habitantes, os índios Tupinambás, chamavam-na de Ciribaí, um vocábulo bastante adequado, que significa “lugar tranqüilo”.

Sua história, recheada de fatos pitorescos, ao longo de cinco séculos, poderia se tornar roteiro de inúmeras produções cinematográficas. Consta, por exemplo, que, entre 1553 e 1598, os piratas Francis Drake, Eduard Fonton e Thomas Cavendish, tramaram, em Ilhabela, ataques contra navios que partiam de Santos, Bertioga e São Vicente, transportando ouro para Portugal. São dessa época as lendas sobre barris enterrados nas praias e morros, recheados de ouro e pedras preciosas.

As histórias mais impressionantes, no entanto, referem-se ao que hoje é um de seus principais atrativos turísticos: os naufrágios. É difícil afirmar com exatidão, mas estima-se em 100 o número de embarcações que foram a pique nas pedras traiçoeiras do arquipélago.

O primeiro naufrágio de que se tem registro, foi do navio Dart, que encalhou nas pedras de Itaboca, em 1894. O pior deles, no entanto, foi o do transatlântico Príncipe de Astúrias, ocorrido na Ponta da Pirabura, em 1916. Nesse acidente morreram mais de 450 pessoas, muitas das quais tiveram seus corpos encontrados numa praia que, em função dessa tragédia, ganhou o nome de Praia da Caveira.

Ruínas, canhões apontados para o canal, velhos casarões, sedes de fazenda do século XVII, a antiga e centenária igreja na Praça do Centrinho e o prédio do Fórum nos remetem ao início da sua História. Ao mesmo tempo, confirmam o grande apogeu vivido pela localidade, que chegou a ter cerca de 40 mil habitantes, numa época em que levas e levas de escravos eram desembarcados nos grandes engenhos. Era um tempo em que as plantações de cana proliferavam por toda ilha, tendo como objetivo abastecer os alambiques, onde era transformada em cachaça e exportada para Portugal.

Atualmente Ilhabela possui pouco mais de 15 mil habitantes e abriga outros tipos de ambições. Seus exploradores atuais não vão em busca de ouro e pedras preciosas, mas sim, de seus tesouros mais valiosos: as águas limpas, piscosas e tranqüilas e os ventos que sopram o ano inteiro.

Sua constituição geológica e posição geográfica, favorecem a prática de diversos tipos de esportes. O mergulho, por exemplo, tem seu palco iluminado em torno das costeiras e de parcéis, que existentes por todos os lados.

Escolas para velejadores e mergulhadores, escunas e lanchas de aluguel e até um barco de onde se decola com um pára-quedas, são algumas das opções à disposição dos aquamaníacos.

Com tanta água, não é de se estranhar que o esporte da pesca encontre os mais variados cenários para toda sorte de modalidades. Quem tem estômago sensível pode pescar desembarcado e sem maiores desconfortos, nas praias e costões. Por sua vez, os mais habituados com o balanço do mar, encontram embarcações configuradas para os mais diversos propósitos. Existem barcos com capacidade para dez pessoas, que realizam pescarias em torno da própria ilha ou no canal. Há também lanchas potentes, que acomodam até cinco pescadores e podem deslocar-se para ilhas mais distantes, como é o caso específico da Ilha de Búzios (45 minutos de navegação) e a da Vitória (a uma hora e trinta minutos de Ilhabela). Para pesca oceânica, há grandes e potentes embarcações, que levam até seis pessoas para pescarias de peixes-de-bico, dourados e outras espécies de alto mar, em distâncias que variam entre 50 e 100 milhas náuticas.

 

Agora vamos mostrar várias modalidades de pesca em Ilhabela, os "points" e os "macetes".

 

A pesca de praia é a modalidade mais acessível em termos de custo e, por conseguinte, a mais praticada por quem tem a oportunidade de estar diante do mar. Apesar de dispensar o uso de embarcações e equipamentos sofisticados, exige alguns conhecimentos, que são determinantes para os resultados que se pretende obter. A começar pelas iscas, que se não forem adequadas, fatalmente deixarão o pescador inutilmente exposto aos castigos do sol.

As opções de praias são das mais variadas, porém, antes de partir para uma delas, é necessário fazer um "pit stop", em Caraguatatuba ou em outra praia com características semelhantes, para conseguir os corruptos, que serão utilizados como iscas. Esses moluscos, irresistíveis para os peixes, só são encontrados em praias com areias finas e, para capturá-los, é necessário dispor de uma bomba de sucção, que pode ser adquirida em lojas de pesca. Para usá-la, localiza-se orifícios na areia, que ficam borbulhando, assim que a água retorna após a quebra de uma onda. Posiciona-se, ali, a boca da bomba e suga-se os corruptos.

Outra isca muito eficiente, que não pode faltar, é o camarão. De posse dessas iscas e com material adequado, basta escolher uma praia, com as características desejadas, e caprichar nos arremessos. Um pescador de praia bem equipado, normalmente dispõe de dois conjuntos. Um deles servirá para fazer arremessos mais longos, enquanto o outro será utilizado para explorar os canais mais próximos.

Praias como do Jabaquara ao Norte ou do Veloso e do Bonete ao Sul são ótimos pontos para pesca de praia, mas não se esqueça da Citronela, o repelente natural para os borrachudos, que já não são tantos como antigamente, mas ainda incomodam um pouco.

Iscas na água, os peixes começam a aparecer. Inicialmente é um pampo galhudo de bom porte, que não resiste a um corrupto arremessado no primeiro canal. Não é muito comum, em pesca de praia, a incidência de peixes de grande porte, porém, entre pequenas betaras e corcorocas, que são capturadas com certa freqüência, um robalo-flecha também se vê seduzido por um corrupto, e quase leva a vara para dentro d'água.

Durante a pescaria, muitas iscas são perdidas, porém, o que pouca gente sabe, é que a maioria delas não é surrupiada por peixes, e sim, por estrelas do mar. Aliás, quando se pesca com chicotes, um fato não muito raro é recolher a linha após ter dado uma fisgada, e trazer num anzol um peixe e no outro uma estrela do mar.

Corvinas de bom porte também podem ser capturadas na modalidade de pesca de praia  

 

A pesca embarcada em costões, pode ser praticada em embarcações de portes diversos. Quando se opta por barcos do tipo "baleeira", que levam até 10 pessoas, o método utilizado é o de espera, e a pescaria é feita quase que exclusivamente, com iscas vivas. Isto porque, a quantidade de pessoas a bordo, reduz o espaço físico e dificulta os arremessos.

Os grupos saem, normalmente, nos finais de tarde, rumo a um ponto preestabelecido, só retornando no dia seguinte. É necessário levar o próprio equipamento e, dependendo do que for combinado com o dono do barco, as iscas.

As outras opções são lanchas de 22 a 32 pés, que acomodam até 5 pescadores. Essas embarcações, apesar de serem menores, são muito mais velozes, permitindo -que as pescarias tenham início no período da manhã, por volta de 8 horas, e terminem nos finais de tarde do mesmo dia.

Pesca-se na modalidades de arremesso com iscas artificiais, ou de espera, com iscas naturais. E um tipo de pescaria que costuma render muitos peixes, principalmente porque são realizadas nas ilhas da Serraria, de Búzios e da Vitória, que são as mais afastadas do arquipélago e, também, as mais piscosas.

No inverno, de maio a meados de outubro, os peixes mais cobiçados são as enchovas, que reunidas em grande cardumes atacam suas presas na espuma próxima à arrebentação das ondas. E muito comum, durante esse período, capturar-se entre 15 e 20 peixes dessa espécie, com tamanhos que podem variar entre dois e 12 quilos.

No verão, de outubro a meados de abril, a quantidade de enchovas diminui, mas, por outro lado, aparecem outros tipos de peixes, tais como: garoupas, badejos, bonitos, vermelhos, sororocas, bicudas, entre outros.

Um dia de pescaria em torno da Ilha Vitória, costuma ser muito proveitoso e render bons peixes de espécies diversas, O normal,logo que se chega, é soltar na água iscas de barbeia curta e dar uma corricada para tentar encontrar os cardumes de enchovas. Com o barco em marcha, as bicudas, de pronto, aparecem para justificar o tempo gasto na viagem. Localizado o cardume, o barco é posicionado lateralmente em relação à costeira, e passa-se a pescar de arremesso. Nessas circunstâncias, vários exemplares são capturados antes que o cardume se afaste.

 

Fique de olho, que nós vamos continuar neste assunto, logo. logo...

Fonte: Revista Troféu Pesca e Guia Quatro Rodas Brasil

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